Imunoprofilaxia pode prevenir a transmissão de VIH entre mãe e filho

 

A terapia antiretroviral pode reduzir profundamente o risco de transmissão mãe-filho (MTCT) do VIH, mas as drogas têm um período de semi-vida relativamente curto e devem ser administradas sem amamentação para evitar a infecção pós-natal da criança.

A toxicidade potencial e o desenvolvimento de resistências podem limitar a eficácia a longo prazo da profilaxia antiretroviral, e um regime de imunoprofilaxia passivo/activo efectivo e seguro, que começa no nascimento, e se sobrepõe potencialmente com a quimioprofilaxia intraparto ou neonatal, pode ser uma alternativa atractiva.

Esta revisão debruça-se sobre os dados apresentados no Ghent Workshop sobre a prevenção da transmissão através da amamentação e em assuntos seleccionados de um workshop, em Seattle em Outubro de 2002, especificamente relacionados com imunoprofilaxia. O propósito desta revisão é o futuro desenvolvimento de estratégias de imunização passiva (anticorpos) e activa (vacinas) para a prevenção da MTCT. Dados referentes a produtos de imunoprofilaxia passiva e activa são revistos para o seu uso potencial em ensaios neonatais nos próximos 1-2 anos.

A transmissão do VIH-1 de uma mulher infectada para o seu filho é o modo predominante da infecção VIH-1 pediátrica. O aumento da incidência e da prevalência de VIH-1 em mulheres jovens em idade de engravidar e a necessidade de continuar a amamentar em muitos locais pobres, para se reduzir a mortalidade infantil, resultaram numa necessidade urgente de estratégias efectivas para evitar a transmissão mãe-filho (MTCT) da infecção por VIH-1.

A Organização Mundial de Saúde estima que globalmente existam 5 milhões de pessoas que se infectaram em 2002, 800,000 delas crianças; quase todas infectadas por MTCT. A maioria da MTCT ocorre durante o nascimento ou após por amamentação. A terapia antiretroviral para as mulheres grávidas e seus filhos pode reduzir profundamente o risco de MTCT..

No entanto, a medicação antiretroviral tem um período de semi-vida relativamente curto e por isso deve ser administrada na ausência de amamentação para evitar a infecção da criança. Além disso, a toxicidade potencial e o desenvolvimento de resistências limitam a eficácia a longo prazo da profilaxia antiretroviral contra a MTCT do VIH-1. Um regime de imunoprofilaxia activo/passivo efectivo, começa no nascimento, e sobrepõe-se potencialmente com a quimioprofilaxia intraparto ou neonatal, poderá por isso ser uma estratégia mais atractiva e pode também dar uma base de protecção para toda a vida contra a infecção por VIH-1.

Esta revisão debruça-se sobre os dados apresentados no Ghent Workshop sobre a prevenção da transmissão através da amamentação bem como em assuntos seleccionados de um workshop entitulado Immunoprophylaxis for HIV-1 in pediatrics: moving concepts to reality on vaccines and passive immunity que ocorreu em Seattle em Outubro de 2002.

O propósito desta revisão e reunir os dados disponíveis de modelos animais e ensaios humanos para o desenvolvimento de estratégias de imunização passivas (anticorpos) e activas (vacinas) para a prevenção da MTCT. Dados referentes a produtos de imunoprofilaxia passiva e activa são revistos para o seu uso potencial em ensaios neonatais nos próximos1-2 anos.