Novo tratamento pode provocar a saída de vírus da SIDA escondidos

Investigadores divulgaram na terça feira passada que um ensaio em dois passos pode ser a primeira esperança para o controlo de uma infecção para toda a vida de SIDA. O Dr. Jerome Zack, Director Associado das Ciências Básicas da Universidade da Califórnia – Los Angeles AIDS Institute, e colegas experimentaram em ratos uma técnica para localizar e matar células latentes do sistema imunitário infectadas com VIH e estão prontos para fazer testes em macacos.

A terapia antiretroviral altamente efectiva pode manter os doentes com VIH saudáveis durante décadas, mas não consegue chegar a um vírus latente que permanece no interior das células do sistema imunitário. Zack e coautores conceberam um sistema a dois passos: 1º activando parcialmente as células onde o vírus se esconde, e depois matando as células antes que o vírus possa escapar.

“Cerca de uma célula num milhão guarda HIV latente, a que os antiretrovirais não conseguem chegar;” diz Zack. “”De modo a torná-lo visível, para que se possa atacar, é necessário activá-lo”. A activação de todas as células T do doente podem causar potencialmente doença mortal. A equipa de Zack usou dois compostos para activar apenas parcialmente as células: interleucina –7 (IL-7) e prostratina. “Atingem uma via específica de activação mas não actuam totalmente nas células”, diz Zack.

Quando as células estão parcialmente activadas, os cientistas disparam o “míssil guiado” – um anticorpo ligado a um fragmento da toxina diftérica. “Uma vez que o anticorpo é ligado a uma molécula de toxina, é catapultado para o interior da célula”, explica Zack. “A toxina mata a célula antes de uma série de vírus serem produzidos”.

A técnica limpa 70-80% do reservatório de células T latentes nos ratos sem atacar por engano as células saudáveis. No entanto, uma vez que o VIH afecta o homem de forma única, é difícil para os cientistas extrapolar resultados a partir das experiências com animais. O próximo passo será testar a técnica em macacos infectados com um vírus homem-macaco fabricado por engenharia genética chamado SHIV.

Se for testado em pessoas, Zack visiona a utilização do ensaio em dois passos juntamente com o cocktail HAART para evitar que o vírus se espalhe por todo o corpo. Este não pensa que esta técnica oferece a possibilidade de uma cura completa, mas oferece a possibilidade aos doentes de pararem com segurança a HAART durante anos ou mesmo décadas. As descobertas destes investigadores foram publicadas no jornal Immunity (2003;19(3):413-423) com o título ”Molecular Characterization, Reactivation and Depletion of Latent HIV”.

Reuters (09.16.03)::Maggie Fox