Portugal

Comissão Nacional «está meio adormecida»

Jornal da Madeira

27/08/2007, Portugal - A responsável na Madeira pela Fundação Portuguesa A Comunidade Contra a Sida não tem números actualizados sobre o problema da Sida na Região mas garante que a situação não é alarmante. Contudo, defende que o assunto não pode ficar “adormecido” até porque a doença existe. Para Rubina Leal, as entidades regionais têm feito muitas iniciativas de prevenção mas a Comissão Nacional de Luta Contra a Sida está «se calhar, muito adormecida», denuncia. Rubina Leal diz que as atenções estão desviadas para outras questões mas a Fundação, da sua parte, «não desiste, não morre e conta com o seu maior aliado que é a comunicação social». A Sida não escolhe sexo nem idades, mas ainda se nota que os homens são a grande fatia das vítimas desta doença. Longe vão os tempos em que os homossexuais se destacavam na lista das vítimas do VIH. Nota-se que este grupo está bastante sensibilizado para o problema mas o mesmo não se poderá dizer dos heterossexuais que continuam a achar que são imunes, tendo um comportamento, por vezes, desleixado. A delegação na Madeira da Fundação Portuguesa A Comunidade Contra a Sida tudo tem feito no sentido de fazer chegar a mensagem a toda a população. Muitas têm sido as iniciativas levadas a cabo junto de instituições e escolas, assim como na própria sede que funciona no Bairro de Santo Amaro. Rubina Leal esclarece que a delegação regional não dá dinheiro ou raramente o faz às pessoas que ali se deslocam. Presta-se, isso sim, a conceder todo o apoio ou a esclarecer as dúvidas que as pessoas coloquem. A delegação na Madeira atende as pessoas faz encaminhamento para outras instituições em caso necessário e dá-lhes o apoio psico-social. «Há a Abraço, a Segurança Social e outros projectos dentro da Segurança Social pelo que não privilegiamos o apoio finaneiro», explica Rubina Leal. «O nosso acompanhamento é feito sempre dentro de uma articulação com as outras instituições», diz ainda. Rubina Leal nem quer que as pessoas vejam aquela instituição como «um espaço onde vão buscar alguma coisa propriamente dita mas sim saberes, informação adicional».

Acções de informação envolveram mil

Quanto às acções realizadas já em 2007, a delegação da Fundação Portuguesa A Comunidade Contra a Sida já realizou 146, tendo envolvido neste primeiro semestre, cerca de mil pessoas. As acções foram vastas, sendo que a aposta maior tem sido feita nos espaços de formação contínua e regular. «Temos vários projectos em curso e que foram interrompidos durante o mês de Agosto», refere. Especificando, Rubina Leal reporta-se aos cursos “Informar para melhor actuar”, que funciona na Camacha, o curso “Crescer é saber”, que decorre em Câmara de Lobos e um outro, com a mesma designação, que funcionam em Santo Amaro.Estes cursos são regulares e contam com a presença de elementos da delegação da Fundação nestas localidades, onde são treinadas as competências pessoais.

Apoio do “Chapéu da Esperança” deverá ser aplicado num projecto relacionado com a Juventude

A delegação na Madeira da Fundação Portuguesa “A Comunidade Contra a Sida” é uma das três instituições na Região (as outras duas são a Associação de Paralisia da Madeira e a delegação regional da Liga Portuguesa Contra o Cancro) que vão receber apoio da Campanha de Solidariedade que está a ser levada a cabo durante o corrente ano denominada “Chapéu da Esperança”. Rubina Leal diz ser difícil adiantar, desde já, o que será feito com o apoio fornecido no âmbito deste projecto, uma vez que não se sabe «quanto é que nos vai caber». No entanto, e depois de elogiar a iniciativa que decorre, aquela responsável realça que há já uma ideia quanto à forma como a verba será aplicada. «Irá, quase de certeza, para um projecto relacionado com a juventude», defende Rubina Leal.